quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Desenvolvimento e aprendizagem da criança portadora da síndrome de Down

Desenvolvimento e aprendizagem da criança portadora da síndrome de Down
A literatura sobre a criança portadora da síndrome de Down é vasta, mas se limita às descrições dos aspectos ligados à sua saúde e/ou orientações para pais e professores. Lefèvre(1988), Mustacchi e Rozone (1990) e, recentemente, Pueschel (2000) ilustram as características físicas e psicointelectuais da síndrome de Down. Também Coll, Palacios e Marchesi (1995) ilustram os investimentos atuais acerca da educação de inclusão e das influências de um trabalho voltado para as aprendizagens da criança portadora de necessidades educativas especiais. Outra característica desses estudos é tratar isoladamente a síndrome de Down passando uma forte linguagem individualista dessas crianças.
Esse fato demonstra que se por um lado há toda uma ação educativa voltada para a tarefa de
inclusão, por outro lado os estudos acerca das suas repercussões e das descrições das relações interpessoais das crianças portadoras de necessidades educativas especiais ainda carece de aprofundamentos mais concretos.
Ao contrário do que se afirma o processo de desenvolvimento não se dá de dentro para fora,
mas de fora para dentro, ou seja, do coletivo para o individual (Vygotsky, 1997). Esse aspecto é o que implica em um ambiente rico de estímulos, prazeroso e essencialmente lúdico para o
desenvolvimento e aprendizagem da criança portadoras da síndrome de Down. Desde o nascimento o meio é o principal provedor para o desenvolvimento das capacidades do ser humano, sendo assim, incluem-se as crianças portadoras de necessidades especiais.
Nos estudos de Vygotsky (1997) fica claro que as crianças portadoras de necessidades
educativas especiais e aquelas sem problemas aparentes aprendem e se desenvolvem pelas
mesmas vias. O aparecimento das funções superiores de conduta se dá no coletivo. O social é o provocador das aprendizagens em seres humanos, Vygotsky (1997) explica: “
Vygotsky (1997) ilustra o aspecto coletivo e social como provocador de novas possibilidades
humanas em crianças portadoras. Em relação à síndrome de Down o exemplo de Tunes e Piantino (2001) corrobora com as idéias vygotskyanas e ilustram a história de um menino portador da síndrome de Down e a sua evolução social e fisiológica despertada por um forte acompanhamento afetivo e estimulador da mãe e dos familiares.
Reconhecemos que o despertar e as estimulações com a criança portadora da síndrome de
Down, ou das demais portadoras deverá ser mais intenso e programado do que aquele desenvolvido com uma criança sem problemas aparentes, mas os caminhos para a sua aprendizagem e o seu desenvolvimento são os mesmos.
Os experimentos com a vivência de tais crianças sem um outro ambiente melhor, demonstram que dentro de uma nova totalidade suas particularidades adquirem com freqüência um aspecto completamente distinto: as crianças se tornam dóceis, amáveis, vivazes, e sociáveis. Com freqüência se descobre que se tratava de crianças com uma sensibilidade muito elevada e que a diminuição da sensibilidade não é outra coisa que uma reação defensiva, uma auto defesa, uma couraça biológica contra as influências nocivas do ambiente” (p. 166-167).

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